Em 1850 era fundada a cidade de Blumenau. E o Dr. Blumenau, em suas andanças pelos rios e ribeirões, a fim de conhecer a geografia "ao vivo e a cores" e buscando o melhor lugar para estabelecer uma cidade, admirou-se do Rio Benedito e assim se expressou:
"Sobre tudo pairava a expressão de uma serenidade e majestade indescritíveis, um ar tépido e embalsamado e um maravilhoso firmamento azul.
Foram dois dias magníficos que passei lá em cima, em longínqua solidão, até onde, antes de mim, ainda não chegara homem civilizado algum.
Continuo, já decorridos três meses, encantado com o solene ermo da floresta, com esse quê inexplicável que nos empolga, quando sabemos que nos encontramos distantes dos homens, num sítio que permaneceu, durante milênios, no estado em que se encontra."
Segundo Dr. Carlos Fouquet, em seu "ensaio biográfico" sobre Dr. Blumenau, esta expedição aconteceu nas primeiras semanas de 1848. O relato consta na página 70, segunda coluna, no livro Centenário de Blumenau.
Entre 2016 e 2019 morei em Indaial, e passava pela ponte sobre o Rio Benedito, todos os dias! Eu desconhecia este texto do Dr. Blumenau... e entendo sua emoção, pois também me emocionava, cada vez que por ali passava. Um rio é um rio. Só um rio... mentira! Um rio é capaz de inspirar, de fazer aflorarem sentimentos... em seu fluxo calmo e suave, recebendo a brisa e os raios do sol, compondo paisagens a cada momento, uma diferente da outra, pois cada luz, cada sombra sobre ele, transmuta a paisagem em outra, em outra, e de novo em outra...
Nem as tempestades, as chuvas e as cheias vividas ao longo da rua 7 de setembro, tiram a beleza deste rio, de uma 'majestade indescritível', como menciona Dr. Blumenau.
Minha admiração vem de mais longe, do tempo de criança, quando íamos visitar os parentes, tios, bisavós, primos e amigos em Benedito. E as tardes eram preenchidas com passeios às margens do Rio. Belas lembranças... boas lembranças!
Só mesmo alguém com a sensibilidade do Dr Blumenau descreve sua impressões diante da eexuberante beleza das nossas florestas. Bela descoberta Ellen!
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