"Isolamento e solidão são cuasas centrais da depressão e do desespero. São, também, o resultado da vida numa cultura em que as coisas recebem mais importância que as pessoas. O materialismo cria um mundo de narcisismo, no qual o foco da vida é apenas comprar e consumir. Em uma cultura narcísica, o amor não pode desabrochar. a emergência da cultura do "eu" é consequência direta da incapacidade de nosso país de pôr em prática, de fato, a visão de democracia enunciada em nossa Constituição e na Declaração de Direitos. Abandonados na cultura do "eu", consumimos e consumimos, sem pensar nos outros. (139)
A disseminação do vício tanto em comunidades pobres como nas ricas está ligada ao nosso desejo psicótico pelo consumo material. Ele nos mantém incapazes de amar. A fixação em desejos e necessidades, estimulada pelo consumismo, promove um estado psicológico de interminável anseio. Isso leva a uma angústia de espírito e a um tormento tão intensos que as substâncias entorpecentes oferecem libertação e alívio, embora tragam em sua esteira o problema do vício. (144)
A maioria de nós não sabe ao certo o que fazer para proteger e fortalecer os laços carinhosos quando nossas necessidades autocentradas não são atendidas. A maioria das pessoas gostaria de encontrar o amor onde está, na vida e na relação que escolheu, mas sente que não conta com estratégias úteis para sustentar esses laços. (149)
Todos nós podemos resistir à tentação da ganância. Podemos trabalhar para transformar políticas públicas. podemos desligar a televisão. Podemos demonstrar respeito ao amor. Para salvar nosso planeta, podemos parar com o desperdício inconsequente. Podemos reciclar e apoiar estratégias de sobrevivência ecologicamente avançadas. Podemos celebrar e honrar o comunalismo (municipalismo) e a interdependência, compartilhando recursos. Todos esses gestos mostram respeito e gratidão pela vida. Quando valorizamos o adiamento da recompensa e assumimos responsabilidade por nossas ações, simplificamos nosso universo emocional. Viver com simplicidade faz com que amar seja simples. A escolha por viver com simplicidade necessariamente intensifica a nossa capacidade de amar. É como aprendemos a praticar a compaixão, afirmando todos os dias nossa conexão com uma comunidade mundial. (159)
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