"Na conclusão de A arte de amar, livro perspicaz escrito em meados dos anos 1950, mas ainda relevante no mundo de hoje, o psicanalista Erich Fromm corajosamente chama atenção para o fato de que "o princípio que alicerça a sociedade capitalista e o princípio do amor são incompatíveis". Ele observa: "Nossa sociedade é dirigida por uma burocracia gerencial, por políticos profissionais; o povo é motivado pela sugestão da massa, seu alvo é produzir mais e consumir mais, como finalidades em si". A ênfase cultural no consumo interminável desvia a atenção da fome espiritual. Somos ininterruptamente bombardeados por mensagens que nos dizem que todas as nossas necessidades podem ser satisfeitas pelo acúmulo material. A artista Barbara Kruger criou uma obra que proclama: "Compro, logo sou" para mostrar como o consumismo tomou conta da consciência coletiva, fazendo as pessoas pensarem que elas são o que elas possuem. Quando o afã de teer se intensifica, o mesmo acontece com a sensação de vazio espiritual. Por nos sentirmos vazios espiritualmente, tentamos nos preencher com o consumismo. Podemos não ter amor o suficiente, mas sempre podemos comprar." (110)
"Quando falo de amor, não estou falando de uma reação sentimental e fraca. Estou falando daquela força que todas as grandes religiões veem como o supremo princípio unificador da vida. O amor, de alguma forma, é a chave que abre a porta que leva à última realidade. Essa crença hindu-muçulmana-cristã-judaico-budista na última realidade é lindamente resumida na primeira epístola de São João: "Amemo-nos uns aos outros, pois o amor é de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus". (Martin Luther King)"(113)
Nenhum comentário:
Postar um comentário