domingo, 14 de janeiro de 2024

POEMA À 25ª BIENAL

Parece que nada faz sentido
Mas cada detalhe faz sentido.
Parece que não diz nada,
Mas cada detalhe diz algo.
Parece incompreensível... mas
tem uma compreensão profunda.

Rápido veloz... vídeo-filme.
Um lapso no tempo-fotos!
A arte corre desenfreada,
marca um instante: explora,
adapta, põe e sobrepõe fotos.
Imagens entrecortadas.


Como? Não sei. Mas vi.
Imaginação transportada à tela.
É a própria tela.
O sonho é quase real: torna-se arte
palpável, tangível, visível.
Fantasia não é + fantasia: em
tridimensão nos toca, incita, e nos
enlaça nas suas “impossibilidades”.

Alcança e nos toca, num segundo
choca, estupefata, acelera o cárdio,
tumultua o cerne do corpo...
Assusta!... e fascina!...
Incrível  arte essa: “neo”. Neo?
“Pós”. Tudo é pós.

Numa sala branca, apenas vento.
Ou relógios nas quatro paredes. Ou
dobraduras e designs em papel.
Noutra, telas da moça cadavérica.
Ou espelhos superpostos criam
espaços supérfluos infindos.


Ou a eteridade do vermelho.


        Metrópoles sob o olhar de artistas,
        de poetas, cinegrafistas, escritores.
        Sob o doce e crítico olhar, rígido e
        analítico, desses seres que
        complementam ou realçam a
        angústia de quem nelas vive.

“Iconografias Metreoplitanas”-porque
não ‘retratos urbanos’?
Vitalizamos no ‘pós’. No consumo.
Na rapidez. Antidiscurso e poesia
concreta. Ética, estética, elitismo. Um
tanto de individualismo, outro tanto de
alegoria, happenings, paródias e
pastiche. Pop arte e verso livre.


Livre! Somos tão livres 
quanto o artista amarrado 
com papel higiênico...
Livres para pensar, desde que
adequadamente inseridos no
contexto de cada sala branca.

Livres para ser.
Desde que se viva a ideologia dos
ideologistas. Impasse e Impulso.
Paixão e Prazer. Consumo. De
adereços, quinquilharias, chicletes,
letras, botões, chips e chips.

E surge a emergência: emergência
política, de saúde, de dinheiro.
Metropolitana. Estourou a conta, o
cano, a veia. Sociedade emergente.
Mais consumismo. Tudo é droga,
até a droga da droga.

Caem fronteiras. Caem muros.
Permanecem divisas invisíveis:
países emergentes emergem em
“iconografias metropolitanas”
Com suas iconografias.
Metropolitanas.

Por fim, o suave aroma
do fim de tarde da Av. Paulista!
O suave colorido do sol
se infiltra às luzes de faróis e
escritórios. Uma cena exótica...
Um cenário fascinante! Pós!